O ano de 2025 começa com a subida de preços em vários sectores-chave em Portugal, marcando a continuação dos aumentos do custo de vida verificados em 2024. As famílias portuguesas vão enfrentar aumentos em áreas como as rendas, as portagens, os serviços públicos, as telecomunicações e até os bens de consumo essenciais, como o pão e o leite. No entanto, o Governo está também a introduzir medidas para compensar estes efeitos, com aumentos de salários e pensões e reformas fiscais destinadas a melhorar o rendimento disponível das famílias. Eis um resumo pormenorizado das alterações previstas.
Em 2025, as rendas poderão aumentar até 2,16 %, ou seja, 2,16 euros por cada 100 euros de renda. Assim, uma renda de 750 euros poderá aumentar 16,20 euros.
Os senhorios que não tenham ajustado as rendas nos últimos três anos poderão aplicar aumentos cumulativos até 11 %, em função dos coeficientes dos anos anteriores.
No entanto, esta atualização continua a ser opcional: os proprietários não são obrigados a aplicá-la.
As portagens nas auto-estradas vão aumentar em média 2,21 %, afectando em particular as viagens entre Lisboa e Porto (+0,70 euros) e Lisboa e Algarve (+0,60 euros). As travessias das pontes Vasco da Gama e 25 de abril custarão também mais 5 cêntimos para os veículos da classe 1.
Em contrapartida, algumas antigas estradas Scut, como a A4 e a A13, ficarão livres.
Os transportes públicos vão registar um aumento de 2,02 % a partir de janeiro. No entanto, os títulos mensais para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto não sofrerão alterações.
O novo passe Circula.PT vai oferecer um desconto de 50 % para cidadãos com deficiência igual ou superior a 60 % e um desconto de 25 % para desempregados de longa duração, alargando assim a sua acessibilidade a todo o país.
Os preços das telecomunicações vão aumentar para alguns operadores, como a Altice Portugal, com exceção das ofertas Uzo e Moche. Outros operadores, como a NOS e a Vodafone, manterão os seus tarifários actuais, com ajustamentos pontuais para as empresas.
As tarifas de gás natural registarão um aumento de 6,9 % para os consumidores domésticos no mercado regulado.
Por outro lado, os preços da eletricidade vão baixar. As famílias do mercado regulado beneficiarão de reduções que oscilam entre 0,82 e 0,88 euros, graças ao aumento do teto de consumo sujeito à taxa reduzida de IVA (6 %). No mercado liberalizado, as facturas de eletricidade deverão baixar entre 6 % e 7 % junto dos principais fornecedores, como a Galp e a EDP.
Os custos de produção, em especial do pão e do leite, continuarão a alimentar os aumentos de preços em 2025.
O café poderá ser sujeito a um aumento de 10 a 30 cêntimos por chávena.
A carne de vitela, que já registou um aumento de 30 % em 2024, continuará a aumentar, em parte devido ao aumento das exportações para a China e a Irlanda.
Le salário mínimo nacional (SMN) aumentará em 50 euros, atingindo 870 euros no continente e 915 euros na Madeira.
As pensões de reforma serão aumentadas em função do seu montante. Por exemplo, as pensões até dois IAS (1.045 euros) terão um aumento de 3,85 %, enquanto as pensões entre seis e doze IAS (6.270 euros) terão um aumento de 1,85 %.
Os limiares dos escalões de IRS serão aumentados em 4,6 % e o limiar de isenção passará para 12.180 euros, em linha com o aumento do SMN.
O regime do IRS Jeune será alargado para se aplicar durante um período de 10 anos a rendimentos até 55 IAS por ano.
Os trabalhadores independentes verão a sua retenção na fonte reduzida de 25 % para 23 %.
O Complemento Solidário para Idosos (CSI) terá um aumento de 4,99 %, passando para 630,60 euros.
O subsídio de desemprego também será aumentado para um máximo de 1.306 euros.
Mais de metade dos municípios aplicarão a taxa mínima de IMI (0,3 %) até 2025, incluindo Lisboa, Sintra e Faro.
Os veículos importados beneficiarão das reduções do ISV, ajudando a baixar o custo dos automóveis com elevadas emissões de CO2.
Bilhetes para locais culturais emblemáticos, como o Castelo de Tomar ou o Musée National de l'Art Ancien aumentará, chegando a atingir 15 euros para alguns.
O tabaco e as bebidas alcoólicas verão os seus preços aumentar a partir de janeiro, apesar de os níveis de tributação se manterem estáveis.
O ano de 2025 promete ser marcado por uma combinação de aumentos de preços e de medidas compensatórias. Enquanto as famílias terão de fazer face a um custo de vida mais elevado, o governo está a implementar ajustamentos salariais (que será a principal causa do aumento dos preços) e medidas fiscais para atenuar estes efeitos. No entanto, o impacto global destas alterações está ainda por avaliar, em especial para as famílias e as empresas mais vulneráveis que enfrentam custos crescentes. Poderá ser necessária uma gestão prudente e novos ajustamentos para garantir o equilíbrio económico.
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