As taxas de juro têm sido negativas nos últimos anos, permitindo aos consumidores portugueses o acesso ao crédito a custos mais baixos. No entanto, a recente subida da inflação na zona europeia reacendeu os receios de uma inflexão das taxas de juro, que iniciaram uma trajetória ascendente nos últimos meses e se acentuaram com o eclodir do conflito militar na Europa de Leste.
Cinco anos mais tarde, a Euribor atingiu valores positivos em 12 de abril. Os economistas já o previam há muito tempo. Só faltava saber quando.
Em cada reunião mensal do Banco Central Europeu, pode ser decidido manter ou alterar a taxa diretora que o BCE cobra aos bancos para lhes emprestar dinheiro. Qualquer revisão desta taxa afecta todos os contratos de crédito entre bancos, que definem a Euribor.
A última revisão teve lugar em setembro de 2019, quando a taxa de depósito desceu para -0,5 %. A taxa diretora, por sua vez, foi fixada em 0 % em março de 2016 e manteve-se inalterada desde então. No entanto, a dinâmica do mercado e as expectativas quanto à evolução dos indicadores económicos também influenciam as taxas. Euribor fixadas pelos bancos europeus, que procuram antecipar os próximos passos da política monetária. Em última análise, são estas taxas que influenciam diretamente os contratos de crédito a taxa variável.
Vários factores contribuíram para este cenário. Um deles é o aumento do preço do petróleo e da energia em geral. O conflito militar na Ucrânia tem sido um dos principais factores. Por outro lado, as políticas monetárias expansionistas dos últimos anos conduziram a um excesso de liquidez no mercado, mas isto sem ter em conta a eclosão de uma pandemia em 2020 e o seu imenso impacto nas cadeias globais de produção e distribuição. De facto, a inflação aumentou. A inflação média na zona euro atingiu 7,5 % em março. Em Portugal, a taxa de inflação foi de 5,3 %.
Esta é a resposta clássica aos cenários de inflação, mas uma variação muito significativa pode ter consequências nefastas no atual contexto económico. Os níveis de endividamento dos países e das famílias são muito elevados e a recuperação económica das empresas é ainda muito débil, nomeadamente porque a pandemia conduziu a sérias restrições às actividades de muitas instituições nos últimos dois anos.
Por outro lado, o aumento da inflação, que conduziu a um aumento generalizado dos preços, não é acompanhado de aumentos salariais, o que reduz o poder de compra dos consumidores. Uma correção das taxas de juro é admissível, mas deve ser muito ligeira e em doses pequenas e graduais. Este movimento já está a ser antecipado nos mercados financeiros, influenciando a Euribor.
As taxas de juro estão a reforçar a trajetória ascendente que iniciaram nos últimos meses. Admitimos que possa ocorrer um aumento das taxas de referência do BCE nos próximos meses. Atualmente, a Euribor a 12 meses já atingiu valores positivos, enquanto a Euribor a 6 meses ronda os -0,3% e consideramos plausível uma subida de 0,5 ou 1 ponto percentual até ao final do ano.
Sim, parece-nos inevitável que isso aconteça nos próximos meses. Eis alguns cenários para os consumidores com contratos de crédito à habitação com um spread de 1% e Euribor a 6 meses.
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