O Governo português propôs uma nova taxa extraordinária sobre os alugueres turísticos (AL) no âmbito do seu programa de habitação. Este projeto de lei foi apresentado à Assembleia da República para discussão e faz parte de um pacote de medidas destinadas a aumentar a oferta de habitação em Portugal.
Esta contribuição financeira setorial acrescerá aos impostos e taxas existentes e será especialmente concebida para os proprietários de alojamentos turísticos de aluguer. Será calculada em função da rentabilidade do alojamento, da área geográfica e da superfície do imóvel. De acordo com o Governo português, esta contribuição destina-se a compensar as externalidades negativas que a atividade de arrendamento turístico pode ter nos preços dos imóveis e a financiar políticas de habitação.
As receitas deste imposto serão depositadas no Instituto da Habitação e da Regeneração Urbana para apoiar as políticas de habitação do país. No entanto, esta proposta não é isenta de polémica. Os proprietários de alojamentos turísticos de aluguer, que já foram atingidos por restrições à atividade devido à pandemia de COVID-19, receiam que esta contribuição agrave ainda mais a sua situação financeira.
A resposta do Governo a estas críticas consiste em sublinhar que esta contribuição não se destina a suprimir ou desencorajar a atividade de aluguer turísticoO objetivo é, pelo contrário, equilibrar os custos sociais e económicos desta atividade com os benefícios que ela pode trazer ao sector do turismo. O Governo espera que esta contribuição encoraje os proprietários de alojamentos turísticos de aluguer a mudar para alojamentos de aluguer permanentes.
Esta proposta de lei insere-se no âmbito do programa nacional de habitação, que tem por objetivo melhorar o acesso à habitação por parte de todos os portugueses. O Governo português espera que esta contribuição financeira setorial ajude a aumentar a oferta de habitação permanente para arrendamento no país e a estabilizar os preços dos imóveis. No entanto, esta proposta continua a gerar debate e discussão na Assembleia da República e na sociedade civil em geral.
É importante notar que esta proposta de lei não é a primeira do género na Europa. Cidades como Barcelona, Paris e Amesterdão também introduziram taxas sobre o aluguer turístico para compensar os efeitos negativos da atividade no mercado imobiliário e para financiar políticas de habitação. No entanto, também é verdade que muitos proprietários de alojamentos turísticos protestaram contra estas medidas, por considerarem que penalizam a sua atividade.
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