São cada vez mais os reformados franceses que se mudam para o estrangeiro. Anne Dayraut, jornalista especializada neste domínio, dá os seus conselhos em Europa 1.
Passar a reforma no estrangeiro... a ideia é cada vez mais apelativa para os idosos. De acordo com um relatório de 2014 do regime francês de seguro de pensão9,1% dos reformados, ou seja, 1,25 milhões de pessoas, vivem no estrangeiro ou num território ultramarino francês. "Um nível de vida mais confortável, o sol e as razões financeiras, incluindo o desejo de evitar o pagamento de impostos" são os principais motivos para a mudança para o estrangeiro, observa Anne Dayraut, jornalista do jornal francês Le Monde. O indivíduo e convidado do Europe 1 na quinta-feira. Mas, como em todas as partidas, os expatriados reformados têm de se preparar para a sua partida.
- Incluir todos os custos acessórios. O ganho financeiro é real quando os reformados decidem ir para o estrangeiro. Mas alguns dos custos acessórios são por vezes esquecidos: "Esquecemo-nos, nomeadamente, da necessidade de regressar a França e dos voos de ida e volta", diz Anne Dayraut. "Os custos de saúde são também mais elevados em todo o lado do que em França. Somos muito jovens quando nos reformamos, mas vamos envelhecer e ter problemas de saúde, pelo que temos de tomar muitas precauções e pensar no nosso património antes de partir.
- Sem impostos, sim... mas... Ir para o estrangeiro para se reformar nem sempre significa deixar de pagar impostos em França: depende do país para onde se decide ir, se é ou não um país da União Europeia e se existem convenções fiscais nos países para onde se vai. Depende também do tipo de pensão que está a receber: "Se for um trabalhador do sector privado ou do sector público, as convenções não serão as mesmas", explica Anne Dayraut. "Em geral, quando se recebe uma pensão pública, continua-se a pagar imposto em França. Não se pode planear uma mudança para o estrangeiro sem antes efetuar um estudo financeiro e fiscal completo.
- Escolha cuidadosamente o seu país. Portugal é um dos destinos preferidos dos reformados. O país lançou uma grande campanha de comunicação para se tornar atractiva há alguns anos prometer aos reformados estrangeiros a isenção de impostos sobre as suas pensões de reforma durante dez anos. Mas atenção: "no final dos dez anos de isenção de impostos, os reformados voltam a um sistema fiscal tradicional bastante semelhante ao francês", adverte o jornalista. Mas o país tem outras vantagens: está muito perto de França, é agradável de viver e o imobiliário e o custo de vida não são muito caros.
Outros países também são populares entre os cabelos brancos, como Marrocos, que assinou acordos com a França, e a Tailândia, que fica mais longe mas tem a sua quota-parte de entusiastas.
- A língua pode ser um problema. A barreira linguística pode ser um verdadeiro obstáculo a uma vida confortável para os reformados expatriados. "Num inquérito realizado, 50% dos reformados que partiram disseram que a barreira linguística tinha sido um problema e 20% disseram que tinha sido um obstáculo demasiado grande para eles", explica Anne Dayraut.
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