O primeiro-ministro português António Costa anunciou a sua demissão depois de ter sido implicado numa investigação de corrupção e a tomada ilegal de um interesse Este anúncio surge poucas horas depois de o seu chefe de gabinete e um dos seus ministros terem sido acusados e detidos, e de terem sido efectuadas buscas na sua residência oficial. António Costa.
António Costa, acusado de corrupção, apresenta a sua demissão
O anúncio da demissão de António Costa foi feito num clima político tenso. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou a demissão e vai reunir hoje os líderes dos partidos representados no Parlamento para discutir os próximos passos, que poderão incluir a realização de eleições gerais. novas eleições em 30 dias, o mais tardar.
Esta crise política foi desencadeada por uma busca da polícia portuguesa à residência oficial do Primeiro-Ministro e pela detenção do seu chefe de gabinete, Vítor Escária. Esta ação insere-se no âmbito de uma investigação sobre a atribuição de concessões para a prospeção de lítio no norte do país e de um megaprojeto de produção de hidrogénio verde em Sines. Os Ministérios do Ambiente e das Infra-estruturas também foram alvo de buscas. Foram constituídas arguidas várias personalidades, incluindo o chefe de gabinete de Costa e o Ministro das Infra-estruturas.
António Costa a negou qualquer envolvimento em actos repreensíveis. No entanto, afirmou que a existência do inquérito e a gravidade das acusações tornavam impossível a sua permanência no cargo.
Este facto marca o fim de uma era para Portugal. António Costa era Primeiro-Ministro desde 2015 e o seu partido, o Partido Socialista, tinha conquistado a maioria absoluta dos lugares no Parlamento em 2022. No entanto, o seu governo foi abalado por uma série de escândalos e muitos membros do seu executivo demitiram-se por diversas razões em menos de dois anos.
Este escândalo de corrupção tem repercussões nacionais e internacionais, uma vez que António Costa era considerado um dos favoritos para assumir a presidência do Conselho Europeu a partir de 2024, cargo atualmente ocupado por Charles Michel. Esta sucessão está agora em aberto, marcando uma viragem política importante para Portugal e para a União Europeia.