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Os pontos fortes de Portugal atraem novos investidores

os seus procedimentos

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Após anos de reformas, o país está a afirmar-se como um destino seguro e competitivo. O país atrai cada vez mais empresas francesas. Num vasto leque de sectores, estas procuram deslocalizar as suas actividades para perto de França.

Investir em Portugal? E porque não? Este pequeno país tem muito a oferecer para atrair os investidores franceses, numa altura em que está finalmente a sair de uma longa crise económica que acelerou a reorganização e a modernização da sua administração. Os sinais são agora positivos, com o défice público reduzido para 2 % em 2016 e as previsões de crescimento revistas em alta para 1,8 % para este ano, enquanto o desemprego continua a diminuir, para menos de 10 %. O consumo está agora a recuperar, apesar do ceticismo dos mercados financeirosO crescimento económico de Portugal tem sido impulsionado por um renovado otimismo das famílias e por um sector turístico em expansão, numa altura em que Portugal é um dos destinos mais populares para os visitantes europeus.

Reformas drásticas

O país deu a volta à situação através da aplicação de uma série de reformas drásticas, começando por um código do trabalho mais flexível, que conduziu a uma redução dos custos salariais, acompanhada de uma redução do imposto sobre as sociedades (atualmente de 21 %) que incentiva o investimento. Além disso, facilitou a criação de novas empresas, abrindo a possibilidade de constituição de empresas em 24 horas, e implementou uma série de medidas para reduzir as contribuições para a segurança social nos primeiros contratos de trabalho para menores de 30 anos e na contratação de pessoas que procuram emprego há mais de doze meses. Os benefícios fiscais foram também direccionados para os profissionais altamente qualificados, com a introdução de um limite máximo de imposto sobre o rendimento de 20 %.

Todos estes esforços conduziram a um regresso à competitividade. Portugal está atualmente a 25e posição (em 190) no ranking Doing Business 2017, à frente, nomeadamente, de França, Itália e Espanha, segundo a Agência para a Promoção do Comércio Externo de Portugal (Aicep). O país é uma ponte natural para os 200 milhões de consumidores dos mercados de língua portuguesa, a começar pelo Brasil. Mas é também um vizinho particularmente atrativo para os seus vizinhos europeus: juridicamente seguro, politicamente estável, com boas infra-estruturas, oferecendo um ambiente acolhedor e uma boa qualidade de vida.

Este contexto é tanto mais favorável para as empresas francesas quanto estas já têm uma forte presença no país, com mais de 600 filiais. Beneficiam de tabelas salariais favoráveis, com um salário mínimo de 557 euros (durante 14 meses), mas não é tudo", explica Laurent Marionnet, Diretor da Câmara de Comércio Luso-Francesa de Lisboa: "O país é um bom mercado de teste para empresas inovadoras, que encontram uma base de clientes muito aberta a coisas novas.

Mão de obra qualificada

São também cada vez mais as empresas que optam por deslocalizar parte das suas actividades ou serviços para Portugal", salienta. "Este movimento acelerou a partir de 2011, quando algumas empresas começaram a optar por deslocalizar-se para a Europa em vez do Norte de África." Em Portugal, encontram uma mão de obra altamente qualificada, um sistema universitário sólido e boas competências linguísticas, tanto em inglês como em francês, o que facilita particularmente a deslocalização dos centros de atendimento. A Altran, por exemplo, instalou os seus serviços informáticos entre o Porto e Lisboa, e o BNP Paribas destacou alguns dos seus recursos humanos, enquanto a Renault e a PSA aumentaram recentemente o seu investimento no país.

As colectividades locais têm pouca margem de manobra para oferecer benefícios fiscais às empresas que se instalam no território. Em contrapartida, intensificaram as iniciativas para atrair as empresas", sublinha Laurent Marionnet: "Não é raro que as autarquias locais se associem para criar agências de promoção, disponibilizar terrenos ou instalações para incubadoras e organizar apoios para facilitar os procedimentos administrativos".

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